Armênia
Motivação
Um amigo viajou para a Armênia e postou fotos maravilhosas nas redes sociais, o que me despertou o desejo de visitar o país, principalmente pelo fato de nunca ter estado nessa parte do Cáucaso. Pra espicaçar ainda mais minha curiosidade, um casal alemão falou maravilhas da Armênia e me incentivou fortemente a ir. Em agosto de 2019, realizei finalmente meu desejo de conhecer o país, combinando em uma viagem Atenas, Armênia, Geórgia, Istambul e Dubai.
Ao final do post, incluo despretensiosamente alguns detalhes da organização da minha viagem.
Lembranças marcantes
- Os mais velhos têm saudade dos “bons tempos” da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. A surpresa é que os mais jovens têm a mesma ligação forte com a Rússia, que consideram um apoio nas relações internacionais. Acredito que estejam certos, já que dependem da Rússia para sua segurança.
- Os armênios têm muito orgulho de seu idioma, considerado um dos mais difíceis do mundo. Têm também muito orgulho de sua escrita. Até hoje não usam no dia a dia algarismos arábicos e sim algarismos próprios, que não têm o zero: as 9 primeiras letras correspondem aos algarismos 1 a 9, as seguintes aos algarismos 10 a 90 e assim por diante até os algarismos 1000 a 9000. O alfabeto tem 40 letras.
- Os armênios não são expansivos e abertos à comunicação. Embora sejam cristãos, parecem com os muçulmanos por não gostarem de fotos. Para tirar uma foto, é fundamental pedir antes.
- Os armênios têm orgulho de seu país ser a primeira nação cristã do mundo.
- Há muitos cachorros de rua na Armênia, mas não devem ser acariciados, pois a taxa de incidência de hidrofobia é alta. Muitos humanos já se infectarem e morreram.
- A Armênia tem uma história muito antiga , com citações na bíblia. Diz-se que a arca de Noé achou terra no monte Ararat, que sempre foi parte da Armênia e hoje encontra-se na Turquia.
- Em grande parte de sua história foi colonizada por outros povos, talvez pelo fato de a geografia ser desfavorável, sem proteções naturais.
- Um dos primeiros genocídios da humanidade foi o genocídio turco dos armênios, que deu origem à diáspora armênia pelo mundo. Dois terços da população armênia pereceu assassinada ou de inanição expulsa para o deserto iraquiano.
- Toda a arquitetura sagrada da Armênia é concebida para se integrar harmoniosamente à geografia local. As curvas e cores dos prédios são quase que uma continuação do entorno, enfeitando-o docemente e destacando-se apenas pelo aperfeiçoamento das características locais
Alguns fatos e percepções
A Armênia se localiza 99,9% na Ásia, mais especificamente no Cáucaso, entre o mar Negro e o mar Cáspio. Embora tenha fronteiras ao norte com a Geórgia, ao nordeste com o Azerbaijão, a sudoeste com a Turquia e o Azerbaijão e ao sul com o Irã, encontram-se abertas apenas as fronteiras com o Irã e a Geórgia. Embora aspirem fazer parte da Europa, estão no momento umbilicalmente ligados à Rússia. Meu guia, por exemplo, falava inglês modestamente, mas russo fluentemente.
A fronteira com o Azerbaijão está fechada por uma guerra entre os dois países pelo enclave de Nagorno-Karabakh, região do Azerbaijão habitada principalmente por armênios étnicos, atribuída na década de 1920 por Moscou ao Azerbaijão soviético e reclamada e ocupada pela Armênia em desrespeito aos tratados por ela assinados. Em troca da retirada das tropas armênias das terras azeris, o Azerbaijão ofereceu ampla autonomia para o enclave, que, não satisfeito, quer plena independência ou anexação à Armênia. A luta pela área começou em 1988 e se intensificou depois que a Armênia, majoritariamente cristã, e o Azerbaijão, majoritariamente muçulmano, tornaram-se independentes da União Soviética em 1991. Em retaliação à ocupação do enclave pela Armênia, a Turquia, em solidariedade ao Azerbaijão, impôs um bloqueio econômico à Armênia e fechou a fronteira terrestre com o país em 1993, permitindo apenas ligação aérea. Um acordo de cessar-fogo foi alcançado em 1994, mas o destino de Nagorno-Karabagh ainda levanta paixões.
A principal rodovia do país liga o Irã à Geórgia e está em péssimo estado de conservação devido aos caminhões pesadíssimos que levam produtos de exportação do Irã à Geórgia. Mesmo assim, a Armênia não aumenta o pedágio, para manter boas relações com um dos dois poucos países vizinhos com que tem boas relações e fronteiras secas abertas.
A Armênia é um dos países mais antigos do mundo, com uma história registrada de cerca de 3500 anos. Os mais longínquos ancestrais conhecidos dos modernos armênios, as tribos Hayasa indígenas do altiplano armênio, formavam uma união tribal que existiu até o final do século 13 AC. No final do segundo milênio AC, outro grupo étnico chamado de Armens pelos gregos migrou para o planalto armênio. A existência desses dois segmentos principais do povo armênio – Hayasa e Armens – é bem ilustrada pelo fato de os armênios se autodenominarem hay e seu país Hayastan, enquanto outros povos os chamam de armênios e seu país Armênia.
O Cáucaso experimentou curtos períodos de autonomia, mas esteve sob o domínio e dividido entre impérios mais fortes, incluindo o romano, bizantino, árabe, persa, mongol, russo, otomano e timurida. Após a derrota da Turquia na Primeira Guerra Mundial, a República Independente da Armênia foi criada em 1918, mas sobreviveu apenas até 1920, quando foi anexada pelo Exército soviético. Em 1922, os soviéticos juntaram Geórgia, Armênia e Azerbaijão e formaram a República Socialista Soviética da Transcaucásia, que se tornou parte da URSS. A Armênia era a menor das repúblicas da URSS.
Dominados por tantos povos, os locais criaram a estratégia de ter uma capital itinerante, possível de ser movida rapidamente. Yerevan foi a décima terceira capital. E, em todos esses períodos, o Cáucaso nunca foi mantido íntegro. Sempre foi dividido pelos conquistadores. Por trezentos anos foi dividido entre a Rússia e a Pérsia. Agora está dividido entre Geórgia, Armênia, Azerbaijão e Turquia. Minha opinião é que isso se deve à geografia. É muito plano e difícil de resistir a um cerco. Perguntei isso a meu guia e ele disse que não, que houve um período muito rico em que o Cáucaso tinha um exército de 300 mil homens. Eu respondi que isso apenas prova minha tese de que não seria possível manter um império único. Disse a ele: imagine a fortuna que teria que despender uma população tão pequena para manter alimentado um exército desse tamanho? Quantas décadas aguentaria? Claramente chegaria a um ponto em que o orçamento do estado seria comido em grande parte pelo exército e não seria autossustentável. Muita pretensão da minha parte querer ensinar história a um professor de história, como é o caso do meu guia. Mas é só análise dos fatos e não conhecimento deles.
No país historicamente cristão e, portanto, conservador, os avanços sociais se devem à época soviética: não criminalização do aborto, igualdade de direitos entre homens e mulheres etc. Em contrapartida, pode-se citar como uma das heranças nocivas da antiga União Soviética a não aceitação de minorias sexuais. Depois da queda do muro, a igreja ganhou força e já começa a ensaiar a reversão de alguns avanços.
Também na Armênia há muitas viúvas saudosas da ditadura. – Ah, como era bom na época soviética, suspiram os mais velhos. Verdade que hoje a vida não é tão cor de rosa. Primeiro que a estratégia da União soviética era deixar cada estado dependente dos demais. Um produzia uma matéria prima, que servia para produzir bens em outro, a serem consumidos num terceiro. Nenhum estado tinha todo o controle da cadeia produtiva, o que levou ao debacle da economia de todos as nações independentes depois da queda da União Soviética. Só para citar um exemplo, passei pelo esqueleto de uma fábrica de produtos químicos de 8 km de lado onde na época soviética trabalhavam 25 mil pessoas, isso num país de 3 milhões de habitantes. Para piorar, depois da queda da União soviética, o último presidente, depois de governar três mandatos, ganhou o quarto comprometendo-se a nunca mais disputar a presidência. Cumpriu a promessa, transformando o sistema em parlamentarismo e tornando-se o primeiro Primeiro Ministro. Já foi saído, mas isso demonstra como gostam de regimes autoritários e centralizadores.
Difícil aperceber-se da história da Armênia em tão pouco tempo, como o que fiquei por lá: há restos de observatórios planetários do século 11 antes de Cristo; no museu de história vemos o sapato de couro mais antigo do mundo, de 5500 anos. Esses fragmentos de informação não nos permitem formar uma ideia da complexidade e riqueza da civilização armênia.
Tour
O tour, detalhado em Serviço, foi de 4 dias e 4 noites, com o roteiro ilustrado a seguir, que começou com um tour na cidade de Yerevan. Todos os pernoites foram no mesmo hotel em Yerevan.
Memorial do 50o aniversário
Após o colapso da União Soviética, diferentemente da prática de outras nações, em que monumentos da era soviética foram desmantelados e substituídos, a Armênia optou por mantê-los e construir monumentos adicionais que contextualizavam o período e tinham o objetivo de impactar o imaginário do povo e ressaltar os papéis ideológico e social da arquitetura soviética. No contexto dessa revisão, ao lado do monumento original de 50 metros construído em 1970 pela URSS em comemoração aos 50 anos da Armênia soviética, a Armênia erigiu um monumento para as vítimas da repressão soviética e uma pedra monumental representando repressões políticas.

De cima do monte onde se encontram os monumentos descortina-se o principal marco de Yerevan: as cascades.

Começar o tour na Armênia por esse monumento é duplamente impactante, pois temos uma prévia do que vamos ver: um povo orgulhoso de sua civilização antiga, mas dividido entre a vontade de se libertar do jugo da dominação de tantos outros povos e a necessidade de se aliar a nações mais fortes para garantir sua segurança e proteção externas. Voltar voluntariamente à esfera de influência da Rússia deve ser uma mágoa difícil de aceitar, mas necessária, já que a Rússia tem interesse em manter a Armênia em sua órbita de influência no Cáucaso e é o único país que protege a Armênia da Turquia e do Azerbaijão.
Instituto de manuscritos antigos Matenadaran Mesrop Mashtots
O Matenadaran é o maior repositório do mundo de manuscritos armênios. Um dos marcos mais proeminentes de Yerevan, foi fundado com base na coleção nacionalizada da Igreja Armênia e seu acervo tem aumentado principalmente por meio de doações individuais. Dos quase 30 mil manuscritos armênios antigos ainda remanescentes, 15 mil estão conservados nesse museu. Denominado oficialmente Instituto Mesrop Mashtots de Manuscritos Antigos em honra a Mesrop Mashtots, cuja estátua fica em frente ao edifício e que é reconhecido como o inventor do alfabeto armênio por volta de 405 DC, um passo fundamental no fortalecimento da identidade nacional armênia.
Uma coisa que impressiona no país é o orgulho os armênios que têm de seus manuscritos, tanto sacros – homilias, por exemplo –, quanto profanos – traduções de livros persas, gregos etc. Têm também muito orgulho do seu idioma e alfabeto, considerado pelos linguistas como um dos mais difíceis do mundo. Os principais idiomas dos três países do Cáucaso encontram-se entre as 10 línguas vivas mais antigas. O armênio original tem 36 caracteres, que correspondem a números usados até hoje em lugar dos números arábicos. As nove primeiras letras correspondem aos números 1 a 9, os seguintes às dezenas 10 a 90 e assim por diante até 1000 a 9000. Aos 36 originais foram acrescentados posteriormente mais 4, totalizando 40 caracteres.

O Matenadaran impressiona pelos manuscritos, lógico, mas muito mais pelo que representam para a nação. O senso de identidade e de peculiaridade é palpável. Uma nação de pouco menos de 4 milhões de habitantes locais, além de mais em torno de 8 milhões espalhados pelo mundo, faz questão de manter num mundo globalizado um alfabeto único, numa prova de resiliência fenomenal. Como em todo mundo, o museu é visitado por crianças em excursões da escola, além de turistas domésticos e internacionais. O orgulho é quase palpável e justificado.
Echmiatsin
Em 301 DC, São Gregório batizou como cristãos membros da corte real e da classe alta e o próprio rei, que concedeu ao santo plenos direitos para iniciar a conversão de toda a nação à fé cristã. No mesmo ano, a Armênia se tornou o primeiro país a adotar o cristianismo como religião oficial, algo que muito orgulha os armênios. A catedral recém-construída, a Igreja Matriz em Etchmiadzin, tornou-se então e continua sendo o centro espiritual e cultural do cristianismo armênio e da Igreja Apostólica Armênia, a igreja nacional e uma das instituições cristãs mais antigas do mundo. Hoje, a Armênia é constitucionalmente um estado laico, embora a fé cristã tenha grande identificação com o povo.
99% dos armênios são cristãos, numa vertente própria, independente da cristã ortodoxa e da católica romana. Um povo que foi reduzido a 1/3 no genocídio tem que manter a identidade, imagino e a religião serve como espinha dorsal da nação, além do idioma. A Catedral de Echmiatsin é o quartel-general espiritual e administrativo da Igreja Apostólica Armênia no mundo todo e onde está sediado o katólicous, ou Catholicos, seu chefe supremo e líder máximo da igreja. Por ser o principal centro espiritual de muitos armênios ao redor do mundo, Echmiatsin é um dos locais mais visitados de toda a Armênia como local de peregrinação, não somente religiosa, mas também política, econômica e cultural.
A igreja original, construída entre 301 e 303 pelo santo padroeiro da Armênia, Gregório, o Iluminador, foi a primeira catedral construída no antigo Reino da Armênia e é considerada a mais antiga do mundo.
Infelizmente (para mim) ou felizmente (para os próximos visitantes) a primeira igreja cristã do mundo estava em renovação quando a visitei.

Há cinco locais no mundo que afirmam ter a lança que deu a estocada final em Jesus, entre eles Viena, Jerusalém, Vaticano e aqui em Yerevan, capital da Armênia. Desde o momento da crucificação, essa lança foi considerada uma relíquia religiosa de valor inestimável, além de um grande símbolo do cristianismo, juntamente com o Santo Graal e a Coroa de Espinhos. Com o passar dos anos passou a acompanhar a denominada Lança do Destino a crença de que quem tivesse sua propriedade teria a capacidade de conquistar o mundo. Curiosamente, o exemplar hoje em Viena ficou em posse de Carlos Magno, Alexandre, o Grande, Napoleão Bonaparte e até mesmo Hitler. Dos cinco locais, três estão fora do páreo, pois os objetos foram datados como sendo dos séculos III e VI. Estão na disputa o Vaticano e Yerevan. A do Vaticano é uma lança fina e a de Yerevan tem ponta larga. Segundo a guia do museu, as marcas do santo sudário indicam um corte amplo, o que faria Yerevan avançar umas cabeças na disputa pela propriedade da Lança do Destino. Ainda segundo a guia do museu, não querem fazer datação para não deixar o Vaticano de calças curtas.
Echmiadzin é um complexo de vários prédios. Infelizmente a joia do local, a catedral de Echmiadzin, estava fechada para visitantes Mesmo assim, a vista de fora e de longe já deixa antever a magnificência do templo. É um lugar sagrado para os armênios, que o visitam com reverência.
Zvartnots
A construção da catedral de Zvartnots, dedicada a Gregório, o Iluminador começou em 642, uma época em que grande parte da Armênia se encontrava sob controle do Império Bizantino. Zvartnots permaneceu em pé até o fim do século X, quando foi destruida por um terremoto. Embora a Armênia tenha atividade sísmica intensa, muitas igrejas foram construídas sem precaução e, por isso, ruíram. Praticamente todas as igrejas redondas como essa ruíram, antes que a engenharia descobrisse uma maneira de fazer prédios resistentes a atividade sísmica, com fendas verticais.

Templo Pagão de Garni
O Templo de Garni é um templo clássico helênico construído provavelmente no século I AC. Quase que totalmente destruído em um terremoto, foi reconstruído na década de 1970, quando ressurgiu o interesse no local, e acabou se tornando o símbolo e estrutura mais conhecido da era pré-cristã da Armênia e uma de suas principais atrações turísticas.
Um dos santuários centrais do neopaganismo armênio, é o único templo pagão de colunata greco-romano remanescente no território armênio. Não só a atividade sísmica é enorme, como também muitas das igrejas cristãs foram construídas sobre os templos pagãos originais. E se nos lembramos de que a Armênia foi a primeira nação cristã do mundo em 301, antes de Constantino ter abraçado a fé cristã em Roma em 313, dá para entender que houve muito tempo para que muitos templos pagãos fossem destruídos.

Monastério da Caverna de Geghard
O mosteiro Gerghard, similarmente à grande maioria da arquitetura da Armênia, se integra harmoniosamente ao entorno e procura não se destacar da geografia local. Foi denominado originalmente mosteiro das cavernas, já que foi parcialmente escavado nas falésias da montanha, cercado por penhascos. O nome atual de Mosteiro de Geghard ou Geghardavank significa o Mosteiro da Lança, para lembrar que aqui ficou por muito tempo guardada a lança com que o centurião romano perfurou o lado de Jesus na cruz. Outra importante relíquia também preservada segundo a tradição no Mosteiro Geghard é um fragmento da Arca de Noé. No século 18, ambas as relíquias foram transferidas para St. Echmiadzin, onde são mantidas até hoje.
O mosteiro tem uma parte subterrânea escavada na rocha e se integra harmonicamente à parte externa, que, por sua vez, se integra belamente à paisagem. A doçura do estar. Foi o que senti. Ao adentrarmos o mosteiro, somos imediatamente abraçados por Gaia, a Mãe.
Um dos locais mais antigos, bonitos e religiosos da Armênia, o mosteiro medieval, juntamente com as espetaculares falésias que o cercam, são listados como Patrimônio Mundial da UNESCO com status de proteção aprimorada.

Aqui assisti à eletrizante missa de domingo. Amei a música, a bela e doce voz da jovem e a acústica. A liturgia da missa é muito diferente da conhecida no ocidente. Por exemplo, a essa pessoa vestida de verdugo faz parte da missa, embora eu não tenha entendido sua função.
A religião única, praticamente, na Armênia, é a cristã apostólica, baseada nos ensinamentos de dois apóstolos que estiveram lá depois da morte de Jesus. A diferença teológica básica é considerarem que Jesus é ao mesmo tempo divino e humano e toda a liturgia decorre desse princípio.
Chegam aos detalhes de como ficam os dedos dos padres ao abençoarem os fiéis (com o polegar tocando o anular) e como devem ser colocados os dedos no sinal da Cruz (todas as pontas dos dedos se encontrando), tudo levando a reforçar a ideia da dualidade de Jesus.

No Ocidente o sinal da cruz é feito com os cinco dedos da mão direita aberta representando as cinco chagas de Jesus e uma saudação a toda a criação. Já na igreja cristã apostólica, no sinal da cruz as pontas dos dedos se encontram, o que reforça a ideia da dualidade de Jesus. Da mesma forma, na benção dos padres aos fiéis o polegar toca o anular, o que simboliza a dupla natureza de Jesus Cristo.
Mãe Armenia
Originalmente havia no pedestal onde hoje reina a estátua da mãe Armênia uma estátua monumental de Joseph Stalin, a mais alta de toda a União Soviética. A planta do pedestal foi projetada para se assemelhar a uma basílica de três nave da igreja armênia, numa tentativa de enganar a aversão soviética à religião. Na primavera de 1962, a estátua de Stalin foi removida, com um soldado sendo morto e muitos feridos durante o processo, e substituída pela estátua da Mãe Armênia, que simboliza a paz pela força e o valor atribuído aos membros femininos mais velhos de uma família armênia, bem como remete a algumas das figuras femininas da história da Armênia, que pegaram em armas para ajudar seus maridos nos confrontos bélicos. Os armênios também se orgulham de sua esperteza ao instalar num estado soviético um monumento que, de longe, parece uma cruz, cuja localização em uma colina com vista para Yerevan, faz com que pareça guardiã da capital armênia.

Memorial do Genocídio Armênio Tsitsernakaberd
Por quase três décadas, sucederam-se em diferentes regiões do Império Turco-Otomano episódios de perseguições, assassinatos em massa e deportações de armênios, o que soa ainda mais absurdo pelo fato de essa nacionalidade ser parte integrante do dia a dia do império. Mas é a partir de 24 de abril de 1915 que tiveram início execuções, torturas, expulsões e maus-tratos arquitetados e promovidos pelo governo nacionalista de Mustafá Kemal Atatürk, considerado o pai da Turquia moderna, que, em pouco tempo, provocaram a morte de dois terços da população armênia. Esse dia é considerado historicamente a data de início dos massacres, quando as autoridades otomanas caçaram, prenderam e executaram cerca de 250 intelectuais e líderes comunitários armênios em Constantinopla.
O genocídio foi executado em duas fases: a matança da população masculina sã através de massacres e sujeição de recrutas do exército para o trabalho forçado, seguida pela deportação de mulheres, crianças, idosos e enfermos em marchas da morte que levavam aos desertos da Síria e Mesopotâmia. Impulsionados por escoltas militares, os deportados foram privados de comida e água e submetidos a roubos, estupros e massacres periódicos. Antes da Primeira Guerra Mundial, havia 2 milhões de armênios no Império Turco-Otomano e, em 1922, restavam apenas 388.000.
Os historiadores consideram esse o primeiro genocídio do século XX, negado até hoje pela República da Turquia, que tem dificuldade em admitir publicamente que houve um projeto de arquitetado e conduzido oficialmente, semelhante ao Holocausto promovido pelo governo nazista alemão contra os judeus na Segunda Guerra. A Turquia nega que o genocídio tenha ocorrido e afirma que um número muito menor morreu em uma guerra civil. A narrativa é a sempre atual de um governo em crise atribuir as dificuldades por que passam a maioria a uma minoria cuja eliminação possibilitaria a volta da prosperidade. Já vimos essa narrativa muitas vezes.
Até o momento, 29 países reconheceram oficialmente os assassinatos em massa como um genocídio, uma visão que é compartilhada pela maioria dos estudiosos e historiadores. Vergonhosamente, o Brasil ainda não reconheceu o genocídio, apenas alguns estados, cidades e instituições brasileiras, como o Senado Federal, em 2015, no centenário do genocídio.
Atatürk é celebrado como herói nacional da Turquia moderna, tanto que, no aniversário do dia de sua morte, o país para por alguns minutos e até os carros param onde estiverem, na rua. Ele tinha o sonho de, se não expandir o império otomano, ao menos de espalhar o Islã tendo Istanbul como centro. E os armênios cristãos residentes na Turquia eram uma espinha atravessada em sua garganta. Assassinou os homens armênios, a começar pelos soldados do exército turco, que foram encurralados, e pela elite pensante. As mulheres foram forçadas a se converter ao Islã e as que não aceitaram foram expulsas do território turco, juntamente com as crianças e velhos. Muitos pereceram. De uma tacada dizimou 2/3 da população e forçou o êxodo para fora da Turquia sem destino certo, já que a Armênia ainda nem existia na época como nação independente e era parte da Turquia. Hoje a Armênia luta internacionalmente pelo reconhecimento do genocídio. Mas não se espera que isso vá acontecer, pois o custo de reparação para a Turquia seria altíssimo.
O memorial ao genocídio é rodeado de Pinheiros (sempre verdes, marcando a esperança) plantados por vários países.
Encontrei um plantado por um antigo ministro do exterior brasileiro, além de presidentes de vários países. O holocausto turco serviu de inspiração até mesmo a Hitler, ao encomendar a Consumação do Holocausto, argumentou que a solução final para judeus deveria ser muito mais eficiente pois, se os turcos haviam liquidado 1,5 milhões de armênios e ninguém tinha se manifestado, a Alemanha não deveria se preocupar com a repercussão.
Há permanentemente um canto feminino à capela que mantém um peso no ar que se pode sentir. É uma visita poderosa e de derreter corações de pedra. Não quis visitar o museu, pois achei que não aguentaria ver o inferno de horrores de pessoas mutiladas, crianças agonizantes em pele e osso, cabeças decapitadas e espetadas em pedaços de pau, filas intermináveis de mulheres e seus filhos fugindo a pé pelo deserto, corpos pendurados, pilhas gigantescas de cadáveres. Sei que sairia arrasado. Não estou mais em idade para isso.
Tão triste quanto o massacre é sua negação. Uma nação é grande se confronta de frente seu passado e expia seus atos terríveis. Tais episódios constituem uma grande mancha na história da humanidade.
A primeira coisa visível é uma torre de granito ao lado do memorial, que simboliza a sobrevivência e o renascimento dos armênios. No centro da torre, há uma divisão profunda que simboliza a dispersão violenta da população durante a guerra, mas também representa a unidade do povo armênio.
Khor Virap
Uma das mais antigas civilizações do mundo, é na Armênia histórica que ficava o monte Ararat, um marco da identidade armênia, que a tradição bíblica identifica como a montanha em que a arca de Noé pousou após o dilúvio. Ainda segundo a tradição, Hay, o filho de Noé, foi o fundador do Hayastan, como os armênios identificam sua nação.
A notabilidade de Khor Virap como mosteiro e local de peregrinação é atribuída ao fato de que aqui esteve preso aqui por cerca de 14 anos Gregório, o Iluminador, que posteriormente se tornou o mentor religioso do rei e liderou a atividade de proselitismo no país até que, no ano 301, a Armênia se tornou a primeira nação oficialmente cristã do mundo. Inicialmente foi construída uma capela como sinal de veneração a São Gregório e, séculos depois foi construída a capela maior, conhecida como St. Astvatsatsin (Santa Mãe de Deus).
Khor Virap é um mosteiro localizado na planície de Ararat, dentro da pátria armênia histórica, que se encontra no território que constitui a atual República da Turquia. É um dos poucos pontos da Armênia de onde se pode descortinar o monte Ararat, um marco da identidade armênia.
Segundo a tradição, a arca de Noé encontrou terra no monte Ararat. O nome em armênio do país é Hayastan, o local do povo hay, assim chamado para lembrar o suposto fundador da Armênia, Hay, filho de Noé. Pode-se entender a mágoa que sente o povo ao ter perdido as terras onde se encontra o monte Ararat, onde foi fundado o país, além de outras províncias que hoje estão na Turquia.
Ao fundo pode-se ver o sagrado monte Ararat, de 5100 m de altitude, no ponto mais próximo da fronteira fechada com a Turquia. À frente, o mosteiro Khor Virap, um bibelô, em toda a sua glória, um dos poucos mosteiros protegidos da Armênia, por estar em um local elevado.
Noravank
O mosteiro de Noravank foi construído no século XIII em um desfiladeiro estreito conhecido por seus penhascos altos e escarpados da cor de tijolo vermelho. É mais conhecido por sua igreja de dois andares, com estreita escadaria de pedra que se projeta da face do edifício e dá acesso ao segundo andar. A igreja foi construída de forma que o térreo é pouco ornamentado e representa a terra, enquanto o segundo andar representa o céu. Os degraus foram construídos de forma a ser fácil de subir, mas difícil de descer. Quem quereria abandonar o céu?
– Tem certeza de que quer subir? perguntou meu guia. – É realmente muito difícil de descer, argumentou. Eu, que não sou bobo, desci de costas. E ele acabou filmando.

Sevanavank
Sevanavank ou Mosteiro de Sevan é um complexo monástico construído no século IV localizado não muito longe da cidade de Sevan, em uma península do lago Sevan, que, fortemente explorado para irrigação e geração de energia hidrelétrica durante o período soviético, teve reduzidos seu nível de água em cerca de 20 m e seu volume em mais de 40%. Com isso, a pequena ilha na qual o mosteiro havia sido construído transformou-se em uma península. Devido ao acesso mais fácil depois de ter se tornado uma península, boas rodovias e conexões ferroviárias com a capital armênia, Sevanavank é um dos pontos turísticos mais visitados na Armênia.
O lago Sevan é a maior massa de água dos tempos modernos na Armênia e na região do Cáucaso. Um dos maiores lagos de água doce da Eurásia, o lago está situado a uma altitude de 1.900 m acima do nível do mar. Antes da intervenção humana mudar drasticamente o ecossistema do lago, sua superfície estava a uma altitude de 1.916 m. Um dos lagos de água doce maiores do mundo, tem altitude menor do que a do lago Baikal, na Rússia.
Nas últimas décadas previa-se uma catástrofe ecológica similar por que passou o mar de Aral, no Uzbequistão, seco pelo uso da água para irrigação. No último ano, devido a políticas bem sucedidas, como a construção de dois túneis para desviar a água dos rios das terras altas, seu declínio foi interrompido e seu nível subiu. Como a altitude do lago Sevan é próxima da do lago Baikal, depois da queda da União soviética, a Armênia, com a economia em ruínas, para que não houvesse fome, importou uma espécie de peixe nativa do lago Baikal.
Igrejas St. Astvatsatsin e St. Gregory
A igreja de St. Astvatsatsin é uma basílica simples. Construída no local onde se acredita que São Tomás tenha enterrado no século I os panos mortuários que envolviam o corpo de Cristo, o núcleo de St. Astvatsatsin data do século V, mas teve acréscimos consideráveis nos séculos VI e VIII.

Mosteiro de Goshavank
Goshavank é um impressionante mosteiro armênio dos séculos XII ou XIII, que permaneceu em relativamente boas condições. Depois de o antigo mosteiro que havia no local ter sido destruído no século XII, foi reconstruído por Mkhitar Gosh. O complexo foi mais tarde renomeado como Goshavank e a vila chamada Gosh em sua homenagem.
Goshavank não tem paredes externas e é cercada por casas de vilarejos. Todos os edifícios estão ligados uns aos outros, exceto uma capela.

Yerevan
Yerevan é a capital e cidade mais habitada da Armênia, como também uma das mais antigas cidades continuamente habitadas do mundo. A população de Yerevan é de em torno de um milhão, quase um terço da população total da Armênia. Devido à diáspora, pode haver até até oito milhões de armênios fora da Armênia.
Um dos marcos da cidade são as cascades, que se unem a uma praça monumental e são encimadas pelo memorial do 50o aniversário


A Armênia é conhecida pelo vinho e pelo conhaque, um dos melhores do mundo. A fábrica de conhaque Ararat é um edifício grandioso e encontra-se em um ponto central de Yerevan. Estive em uma degustação de vinhos, muito diferentes dos vinhos europeus.
Como em todas as capitais do mundo, é comum que artistas de rua apresentem sua arte ou artesanato nas calçadas. E a música é uma parte importante da cultura armênia. Na sua tradição musical, a Armênia tem até mesmo um instrumento único, que remonta a 1500 anos: o duduk, que pertence ao grupo das madeiras e é chamado em armênio de o rei do damasco, por ser construído da madeira antiga dessa árvore. É tocada com o que se conhece como respiração circular, em que o ar que alimenta o instrumento é retido nas bochechas enquanto o instrumentista continua respirando pelo nariz. Tem um som doce e melodioso e é normalmente tocado em duo com outro duduk em baixo contínuo. Infelizmente o instrumento que ouvi nas ruas não era o duduk, mas apenas uma clarineta, mas pode ser ouvido na internet.
Aram Ilitch Khachaturian era georgiano, mas é considerado um compositor armênio, pois seus pais eram dessa nacionalidade. A principal sala de concertos de Yerevan é batizada em sua homenagem.
Serviço
A viagem foi planejada com seis meses de antecedência, com o que consegui bons preços tanto de passagem aérea, quanto de tour.
O tour padrão oferecido pela grande maioria das companhias de turismo inclui Armênia, Geórgia e Azerbaijão em um mesmo pacote, mas eu tinha pouco tempo e preferi deixar o Azerbaijão para outra oportunidade, já que imagino que seja modernoso como Dubai. Posso estar enganado, lógico. Como não faria o tour padrão, preferi um tour privado.
Pesquisei muito entre a ordem: Armênia e Geórgia ou o contrário? No final, a decisão sobre a ordem dependeu do voo internacional de chegada e partida e também da facilidade e oferta de preços das conexões para e do Cáucaso: a frequência de voos de Atenas para Yerevan é muito maior do que de Istanbul para Yerevan, pelas dificuldades diplomáticas entre os países. Com isso, o preço é mais convidativo.
Para partida do Brasil, aproveitei uma promoção da Emirates para Atenas e Istambul, com bom preço na classe executiva. Decidi então por uma open jaw Rio-Atenas..Istanbul-Rio. Comprar as conexões com a Armênia e a Geórgia pela Emirates seria muito melhor, pois a Emirates honraria a franquia de bagagem intercontinental, mas os voos seriam muito caros. Portanto, preferi arriscar a pagar excesso de bagagem nos voos para e do Cáucaso. Como o voo do Rio para Dubai é muito cansativo, preferi também aceitar a oferta da Emirates de um hotel em Dubai em conexões acima de 9 horas. Haveria conexões mais curtas, mas seria muito cansativo ir direto para Atenas. Então fiquei meio dia em Dubai descansando no Meridien hotel, por conta da Emirates. Os voos foram então
Ticket | Data | Aérea | Preço | Preço BRL |
Rio-Atenas…Istanbul-Rio Business Class (marcação de assento, duas bagagens 32 kg, fast track, transfer no Rio e em Dubai, Stopover em Dubai na ida) | 27/07/2019 | Emirates Airlines | USD 3.989,46 | 14.790,52 (23/10/2018) |
Atenas-Yerevan Economy (marcação de assento, uma bagagem extra, fast track) | 02/08/2019 | Aegian Airlines | EUR 183,99 | 795,41 (11/04/2019) |
Tbilisi-Istanbul Economy (uma bagagem 30 kg) | 10/08/2019 | Turkish Airlines | USD 216,70 | 849,98 (22/04/2019) |
Quanto aos hotéis, fiquei em Atenas em um estúdio com direito a uso da cozinha compartilhada, sem café da manhã. O preço foi bom, mas o ar condicionado não funcionava direito e o quarto era sempre quente. O ponto positivo foi a localização, perto da Sintagma, de estações de metrô, ônibus, café da manhã, frutas etc. Selecionei também um estúdio onde eu tivesse direito a uso da máquina de lavar roupa, de forma a reduzir a bagagem, já que nos voos para e do Cáucaso eu teria direito a despachar apenas uma bagagem de 23 kg.
Em Istanbul, fiquei em um hotelzinho honesto pertíssimo da estação de bonde, o que sempre facilita durante a estada. O quarto era enorme, com frigobar, algo fundamental no calor da cidade e um elevador minúsculo, porém honesto, algo também fundamental para quem está em uma viagem com muita bagagem.
Em Dubai, fiquei em um apartamento com café da manhã pago à parte, já que, pelo horário do voo de volta ao Brasil, eu não tomaria café da manhã em minha última noite no hotel, além de ter direito ao lounge da classe executiva da Emirates, com um lauto café da manhã. O hotel fica próximo à estação de metrô e a um shopping center simples com Carrefour, onde sempre compro comidas para fazer na cozinha no apartamento. No final, só paguei café da manhã no hotel na primeira noite.
Hotel | Data | Moeda local | Preço BRL |
Xenofontos Inn (Atenas) | 28/07/2019 (6 noites) | EUR 468,00 | 2089,00 (13/05/2019) |
Hotel New House (Istanbul) | 09/08/2019 (4 noites) | EUR 241,00 | 1070,00 (22/04/2019) |
Flora Creek Hotel Apartments (Dubai) | 13/08/2019 (3 noites) | AED 969,56 | 1018,00 (22/04/2019) |
Transfer de e para aeroportos pode ter um custo elevado, principalmente se o aeroporto é distante do hotel e se a viagem tem vários voos. A maior distância seria em Istanbul, em que o aeroporto mudou para um local muito distante e que ainda não tem conexões diretas por metrô e bonde, como o anterior. O fato de ter escolhido um hotel perto de Sultanahmet já foi pensando na conexão por ônibus do aeroporto, que leva até Sultanahmet, onde se pode pegar o bonde. Há ônibus do novo aeroporto para o antigo, de onde é possível pelar trem, metrô e bonde, como também de novo aeroporto para a cidade. Lógico que é possível pegar um táxi, que sairia a aproximadamente EUR 30, se o taxista não der voltas. Minha experiência com os táxis de Istanbul é que, se não conhece o trajeto, melhor não pegar.
Do aeroporto de Atenas até Sintagma há várias opções: táxi ou transfer pré-agendado a EUR 38, metrô a EUR 10 ou ônibus a EUR 6. Dependendo da quantidade de bagagens ou de pessoas pode ser mais vantajoso pegar um táxi, que tem o preço fixo. Por exemplo, três pessoas de metrô sairia a EUR 30, quase o preço do táxi. A desvantagem do ônibus é sua baixa frequência (apenas de hora em hora) e a possibilidade de engarrafamento. Mas, como eu tinha tempo preferi o ônibus. Peguei também o ônibus para ir de Sintagma para o aeroporto, mas é importante cuidado com a bagagem. Há pessoas especializadas em roubar a bagagem de quem está esperando e que pode se distrair. O melhor é chegar no ponto exatamente na hora prevista.
Os transfers do aeroporto de Yerevan e para o aeroporto de Tblisi estão incluídos no pacote turístico, o que sempre facilita.
Pesquisei bastante e acabei afunilando entre duas companhias: Barev Armenia Tour Operator e Arara Tour. Acabei optando pela Arara Tour devido à grande diferença de preço (USD 1755 contra 1930). A dificuldade inicial foi de customizar o pacote. É sempre mais fácil para o agente de viagens querer empurrar o pacote já pré-organizado, mas reclamei com a agente de viagens e fiz o pacote sob medida de meus interesses. Ao organizar um pacote privado, o importante é prestar atenção se não estão sendo oferecidas muitas visitas a lojas de souvenirs, a não ser que seja seu interesse. Outro ponto importante é a quantidade de horas viajando por dia. Passar o dia inteiro dentro do carro e só sair para uma loja de souvenirs não me convém. O preço original seria de USD 1059,00 para grupo, ocupação dupla dos quartos de hotel. No final, o preço para uma pessoa sozinha, tour individual subiu bastante.
Depois das negociações, o pacote ficou
https://araratour.com/package/armenia-georgia-classical-tour-package
Para mim, é importante escolher uma agência de turismo em que o pagamento seja facilitado, já que, para nós brasileiros, enviar dinheiro para o exterior pode ser caro. Além disso, pagar tudo por cartão de crédito é uma caixinha de surpresas, pois a taxa de conversão pode mudar muito, além do IOF.
Um dos motivos pelos quais escolhi a Arara Tour foi o fato de eles aceitarem pagamento de apenas USD 100 e o restante no país em espécie.
Países | Datas | Moeda local | Preço BRL |
Armênia e Geórgia | 02/08/2019 (7 dias, 8 noites) | USD 1755,00 | 6.883,81 (24/04/2019) |
O itinerário do tour foi o seguinte:
Classical Tour to Armenia and Georgia, 8 days / 8 nights, individual, 3* hotels
Price information: $ 1755
What’s included: airport transfers, accommodation in hotels 8 nights (3* hotels with free WiFi double room), breakfast, all transfers in airconditioned vehicles, English speaking guide service for all days, all admission fees, 4 wheel drive vehicle for Gergeti Trinity Church, wine tasting in Sighnaghi, 1 bottle of water per day (0.5lt.), 24 hour office support both Armenia and Georgia.
What’s not included: flights, visa fee, medical insurance.
Itinerary in brief
- Day 1 – Yerevan City Tour – Matenadaran- Etchmiadzin Cathedral – Genocide Memorial
- Day 2 – Khor Virap – Noravank Monastery – Yerevan
- Day 3 – Garni Pagan Temple – Geghard Cave Monastery
- Day 4 – Lake sevan – Haghartsin Monastery – Goshavank Monastery – Armenia-Georgia border – Tbilisi
- Day 5 – Ananuri Fortress – Gudauri – Holy Trinity Church of Gergeti
- Day 6 – Signaghi – Winery “Pheasant’s Tears” – Telavi- Tsinadali
- Day 7 – Mtskheta – Tbilisi City Tour
- Day 8 – Transfer to airport – Departure